quarta-feira, 19 de setembro de 2007

Breve História da Igreja Cristã 1

HISTÓRIA DA IGREJA CRISTÃ

As crenças dos cristãos primitivos eram muito simples: Todos os seus pensamentos sobre a vida cristã tinham como centro a pessoa de Cristo: Criam em Deus, o Pai; em Jesus como Filho de Deus, Senhor e Salvador; criam no Espírito Santo; criam no perdão dos pecados e na eminente 2a vinda de Jesus.
Crer, entretanto, que a Igreja Primitiva era imaculada e sem defeitos é um romantismo que não encontra respaldo na História da Igreja e nem no Novo Testamento. Aliás, o próprio Novo Testamento foi escrito tendo em vista as necessidades surgidas no dia a dia da Igreja. As epístolas, na maioria das vezes, foram escritas para corrigir a postura doutrinária de uma determinada igreja local ou para combater uma heresia incipiente (Gálatas . Escrita para combater os judaizantes; I e II Coríntios . Escritas para combater a frouxidão moral dos cristãos de Coríntios, bem como disciplinar o uso dos dons espirituais; I e II Tessalonicenses . Escritas para corrigir distorções no que diz respeito ao que aqueles cristãos acreditavam acerca da 2a vinda de Jesus.) O Apocalipse foi escrito para alentar uma igreja perseguida, demonstrando o senhorio de Jesus na História. Os Evangelhos foram escritos cerca de 60 a.D., uma vez que a geração que convivera com Jesus estava morrendo e o testemunho escrito é mais duradouro e menos susceptível a distorções que o testemunho oral.
Como dissemos, a formulação das doutrinas foi gerada pelos desvios da fé. A fim de definir os que de fato poderiam ser chamados de cristãos, a igreja, frente ao desafio das heresias, passou a sistematizar pontos doutrinários que exprimiam a “fé que de uma vez por todas foi entregue aos santos”.

A liturgia da igreja
Das epistolas de Paulo concluímos que havia duas classes de reuniões para adoração: uma consistia em oração, louvor, e pregação; a outra era um culto de adoração, conhecido como a "Festa do amor" (ágape). O primeiro culto era publico; o segundo era um culto particular ao qual eram admitidos somente os cristãos.
O culto publico segundo o historiador Robert Hasting Niccholis, era "realizado pelo povo conforme o Espírito movesse as pessoas. Citando os escritos deste historiador: Oravam a Deus e davam testemunhos e instruções espirituais. Cantavam os Salmos e também os hinos cristãos, os quais começaram a ser escritos no primeiro século. Eram lidas e explicadas as Escrituras do Antigo Testamento, e havia leitura ou recitação decorada dos relatos das palavras e dos atos de Jesus. Quando os apóstolos enviavam cartas as igrejas, a exemplos das epistolas do novo Testamento, essas eram lidas.
Este singelo culto poderia ser interrompido a qualquer momento pela manifestação do Espírito Santo, inspirados sobre as escrituras.
Pela leitura de I Cor.14:24,25, sabemos que essa adoração inspirada pelo Espírito era um meio poderoso de atrair e evangelizar os não convertidos. No final do capitulo o apostolo Paulo lembra da necessidade de ordem no culto. (v.40)
Este é o modelo de culto pentecostal, por que a igreja Cristã nasce em mover do Espírito no dia de pentecostes, ou seja, ela nasce no avivamento espiritual.
Algumas correntes teológicas consideram este momento único e somente para a igreja do primeiro século, ou seja, este tipo de culto hoje não deve ser usado.
A partir deste relato, percebemos que o movimento chamado “pentecostal” não nasce nos Estados Unidos com John Whesley, e não é propriedade de nenhuma denominação, nesta época não existia nome de igreja, apenas igreja de Cristo ou cristãos. Esta igreja nasce em Jerusalém com a descida do espírito no meio da igreja.

Breve História da Igreja Cristã 2

AS PERSEGUIÇÕES
O primeiro grande desafio da Igreja foram as perseguições. A princípio o governo romano considerava a Igreja Cristã como uma das seitas do judaísmo, e como tal, uma religio licita. Posteriormente, com o crescimento do Cristianismo, passou a ver a igreja como distinta do judaísmo. À medida que crescia, o Cristianismo passou a sofrer cada vez mais oposição por parte da sociedade pagã e do próprio Estado. A primeira grande perseguição movida pelo Império deu-se sob Nero. A partir daí, outras perseguições ocorreram, mas elas nem foram de cunho universal, nem de duração contínua. Muitas vezes dependia do governo provincial. Após Nero, Domiciano (90-95) moveu curta, mas feroz perseguição aos cristãos. Já no segundo século, o imperador Trajano estabeleceu a política que norteou as perseguições ao cristianismo: o Estado não deveria gastar seus recursos caçando os cristãos, mas os que fossem denunciados deveriam ser levados ao tribunal e instados a negar a Cristo e adorar os deuses romanos. Quem não o fizesse deveria ser condenado à morte.
Dessa forma, a perseguição não tinha um caráter de política de Estado, mas estava sempre presente, posto que somente em 313 (séc IV) o cristianismo passou a ser considerada uma religio licita. Assim, vários foram os mártires cristãos nesse início da igreja: Simeão e Inácio, no período compreendido entre os reinados de Trajano e Antonino Pio; Policarpo e Justino, o Mártir, sob o reinado de Marco Aurélio; Leônidas, Perpétua e Felícitas, sob o reinado de Séptimo Severo; Cipriano e Sexto, durante a perseguição movida pelo imperador Valeriano. Perseguiram ainda a Igreja os imperadores Décio, Diocleciano e Galério
Basicamente havia duas linhas de oposição ao Cristianismo: popular e erudita. A oposição popular estava baseada em rumores e falsas interpretações dos ritos cristãos. Era voz corrente entre o povo que os cristãos participavam de festas onde havia orgias com incestos, inclusive, interpretando mal o fato de os cristãos se chamarem de irmãos e praticarem o “ágape”. Cria também o povo que os cristãos comiam a carne de recém-nascidos, isto devido ao que ouviam falar sobre a Ceia, na qual comiam a carne de Jesus, juntamente com os relatos do nascimento de Cristo.
Já os homens cultos da época faziam acusações a partir da própria crença dos cristãos, tais como, “Por um lado dizem que é onipotente, que é o ser supremo que se encontra acima de tudo. Mas por outro o descrevem como um ser curioso, que se imiscui com todos os assuntos humanos, que está em todas as casas vendo o que se diz e até o que se cozinha. Esse modo de conceber a divindade é uma irracionalidade. Ou se trata de um ser onipotente, por cima de todos os outros seres, e portanto, apartado deste mundo; ou se trata de um ser curioso e intrometido, para quem as pequenezas humanas são interessantes.”
Aqui uma parte da igreja começa a se afastar dos cultos espontâneos, ou espirituais (pentecostais) e começa a usar o conhecimento humano para controlar o mover do espírito, onde o homem controla outro homem, e a palavra deste homem tem primazia sobre a palavra de Deus, isto é heresia. Veja o diz: Lucas 24:49, I Cor. 12: 7 a 11, Atos 2:1 a 13,
Se for para voltar as raízes bíblicas, gloria a Deus, por que vai haver mais crentes buscando o batismo no Espírito Santo que é uma das ordenanças do Senhor Jesus a igreja dele, (Lc. 24:49), vai ser uma benção para crescimento da igreja, por que depois do pentecoste Pedro pregou e mais de 8 mil almas(se incluirmos as mulheres), se converteram, (Atos 2:41, Atos 4:4, Atos 4:31), o Espírito Santo faz a diferença.

Breve História da Igreja Cristã 3

AS HERESIAS
Ao lado das perseguições externas, o Cristianismo enfrentou um inimigo muito mais terrível, posto que interno, através de heresias, algumas delas propostas por líderes da própria igreja.
As primeiras heresias enfrentadas pela Igreja vieram dos judeus convertidos, problema já enfrentado por Paulo na igreja da Galácia. Os ebionitas, eram farisaicos em sua natureza. Não reconheciam o apostolado de Paulo e exigiam que os cristãos gentios se submetessem ao rito da circuncisão. No desejo de manterem o monoteísmo do Antigo Testamento, os ebionitas negavam a divindade de Cristo e seu nascimento virginal, afirmando que Ele só se distinguia dos outros homens por sua estrita observância da lei, tendo sido escolhido como Messias por causa de sua piedade legal.
Os elquesaítas, por sua vez, apresentavam um tipo de cristianismo judaico assinalado por especulações teosóficas e ascetismo estrito. Rejeitavam o nascimento virginal de Cristo, mas julgavam-no um espírito ou anjo superior. A circuncisão e o sábado eram grandemente honrados; havia repetidas lavagens, sendo-lhes atribuídos poderes mágicos de purificação e reconciliação; a mágica e a astrologia eram praticadas entre eles. Com toda probabilidade se referem a essas heresias a Epístola aos Colossenses e I Timóteo.
O ambiente gentílico também forneceu sua cota de heresias que atingiram a Igreja. O Gnosticismo, muito embora não possuísse uma liderança unificada e se apresentasse como um corpo doutrinário amorfo, foi terrível para a Igreja. Já vemos um gnosticismo incipiente no próprio período apostólico (Cl 2.18 ss; I Tm 1.3-7; 6.3ss; II Tm 2.14-18; Tt 1.10-16; II Pe 2.1-4; Jd 4,16; Ap 2.6,15,20ss). Nesse período, Celinto ensinava uma distinção entre o Jesus humano e o Cristo, que seria um espírito superior que descera sobre Jesus no momento do batismo e tê-lo-ia deixado antes da crucificação. Vemos João combatendo indiretamente essa heresia em João 1.14; 20.31; I João 2.22; 4.2,15; 5.1,5-6 e II João 7.
No segundo século, esses erros assumem uma forma mais desenvolvida, muito embora continuassem como um corpo amorfo. A bem da verdade poderíamos dizer que houve “gnosticismos”, mas há pensamentos comuns às várias correntes gnósticas. Gnosticismo vem do grego, “gnosis”, que significa “conhecimento”. Para os gnósticos, a salvação era alcançada através do conhecimento esotérico de mistérios, os quais só eram revelados aos iniciados. Dividiam a humanidade em “pneumáticos”, “psíquicos” e “hílicos”. Os primeiros eram a elite da igreja, os que alcançavam o conhecimento que leva à salvação; os seguintes eram os cristãos comuns, que poderiam alcançar a salvação através da fé e das boas obras; os últimos eram os gentios, irremediavelmente perdidos.

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A HUMANIDADE NÃO É TODA IGUAL. HÁ TRÊS CLASSES: UMA PURAMENTE MATERIAL: visão gnóstica
Os hílicos (do gr. Hýle, matéria), que não recebem centelha divina; uma que recebe do Demiurgo o hálito de sua própria e única substância, a psíquica ou anímica,
e uma terceira classe, que recebe a insuflação psíquica e a espiritual ou pneumática.
Os "pagãos", ou materiais, ou hílicos, eram destinados à aniquilação. Os judeus e cristãos eram os psíquicos, viviam a fé e estavam submetidos às regras morais, poderiam salvar-se. Os verdadeiramente espirituais eram os únicos que possuíam o Conhecimento, a gnose. Os gnósticos observavam as leis morais por amor, não por imposição, e se salvariam de fato, não somente pela conduta.
Este é o primeiro esboço da doutrina da pré-destinação que depois será mais elaborada por Calvino e Lutero.
Na cosmovisão gnóstica, tudo que era material era essencialmente mau, e o que era espiritual era essencialmente bom. Logo, o Deus do Novo Testamento não poderia ser o deus do Antigo Testamento. O deus do AT era tido como Demiurgo, o criador do mundo visível. Ainda na visão gnóstica, entre o Deus bondoso que se revelou em Cristo e o mundo material havia vários intermediários, através dos quais o homem poderia achegar-se a Deus.
Sendo o corpo mau e o espírito bom, os gnósticos tendiam para dois extremos: alguns seguiam um ascetismo rigoroso, mortificando a carne, enquanto outros se lançavam na mais desregrada libertinagem.
Outra heresia que mereceu o combate da Igreja foi a heresia de Márcion, filho do bispo de Sinope, que parece ter tido duas grandes antipatias: Pelo Judaísmo e pelo mundo material. Ensinava Márcion, à semelhança dos gnósticos, que Iavé, o Deus do AT não era o Deus do NT, este, o Deus supremo. Iavé era um deus mau, ou pelo menos ignorante, vingativo, ciumento e arbitrário. O mundo material e suas criaturas eram criação de Iavé e não do Deus supremo. Este, entretanto, apiedou-se das criaturas de Iavé e enviou Jesus, que não nasceu de uma mulher, posto que isso faria com que passasse a ser criatura do deus inferior. Jesus surgiu como homem maduro no reinado de Tibério, na Galiléia.
Márcion rejeitou o Antigo Testamento, que até então eram as Escrituras aceitas na Igreja Cristã (o cânon do NT ainda não havia sido elaborado) por serem a palavra de Iavé, o deus inferior, e formulou um cânon para si e seus seguidores, que constava do evangelho de Lucas, expurgado do que ele considerava “judaísmo”, e das cartas de Paulo.
Também ensinava Márcion que não haverá juízo final, posto que o Deus amoroso a todos perdoará. Negava a criação, a encarnação e a ressurreição final.
Márcion chegou a formar uma igreja independente e seu ensino foi de um perigo terrível para a igreja, que na época não possuía um corpo doutrinário estabelecido e reconhecido por toda a cristandade.
Como se não bastasse essas heresias, houve também as heresias dos Montanistas e dos Monarquistas. Os montanismo surgiu na Frígia, por volta do ano 150. Montano afirmava que o último e mais elevado estágio da revelação já fora atingido. Chegara a era do Paracleto, que falava através de Montano, e que se caracterizava pelos dons espirituais, especialmente a profecia. Montano e seus colaboradores eram tidos como os últimos profetas, trazendo novas revelações. Eram ortodoxos no que diz respeito à regra de fé, mas afirmavam possuir revelações mais profundas que as contidas nas Escrituras. Faziam estritas exigências morais, tais como o celibato (quando muito, um único matrimônio), o jejum e uma rígida disciplina moral.
Já o monarquianismo estava interessado na manutenção do monoteísmo do AT. Seguiu duas vertentes: o monarquianismo dinâmico e o monarquianismo modalista. O primeiro estava interessado em manter a unidade de Deus, e estava alinhado com a heresia ebionita. Para eles, Jesus teria sido tomado de maneira especial pelo Logos de Deus, passando a merecer honras divinas, mas sendo inferior a Deus. O segundo, também chamado de sabelianismo, concebia as três Pessoas da Trindade como os três modos pelos quais Deus se manifestava aos homens.

REAÇÃO DA IGREJA
Face a essas ameaças, internas e externas, a igreja respondeu de várias formas. Vá vimos que os apologistas responderam às acusações assacadas pelos filósofos e pessoas cultas ao cristianismo. No plano interno, a igreja primeiro tratou de definir um Cânon, ou seja, uma lista dos livros considerados inspirados. Nesse período, havia inúmeros evangelhos, cartas, apocalipses circulando nas mais diversas igrejas. Alguns eram lidos em certas igrejas e não eram lidos em outras. Com o desafio de Márcion e também da perseguição sob Diocleciano, onde uma pessoa encontrada com livros cristãos era passível de morte, era importante saber se o livro pelo qual o cristão estava passível de morte era realmente inspirado. Não houve um concílio para definir quais os livros nem quantos formariam o NT. Tal escolha se deu por consenso, tendo alguns livros sido reconhecidos com mais facilidade que outros.
Definiu também a igreja regras de fé, sendo a mais antiga o chamado Credo Apostólico, o qual resumia aqueles pontos de fé que o cristão genuíno deveria subscrever, e era claramente trinitariano (Creio em Deus Pai, todo poderoso, criador do céu e da terra. Creio em Jesus Cristo, seu único Filho, nosso Senhor, o qual foi concebido por obra do Espírito Santo, nasceu da Virgem Maria, padeceu sob o poder de Pôncio Pilatos, foi crucificado, morto e sepultado; no terceiro dia ressurgiu dos mortos, subiu ao céu, e está sentado à mão direita de Deus Pai, todo poderoso, de onde há de vir a julgar os vivos e os mortos. Creio no Espírito Santo, na santa igreja católica; na comunhão dos santos; na remissão dos pecados, na ressurreição do corpo e na vida eterna).
Paralelamente, a igreja percebeu que precisava organizar-se estruturalmente. Definiu então a sucessão apostólica e o bispo monárquico para garantir a unidade da igreja, surgindo então o que é chamado de Igreja Católica Primitiva, significando o termo “católica” = universal.
Visto isso, podemos, até aqui, fazer um resumo gráfico do início atribulado da Igreja Cristã no império romano:

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A PESSOA E A OBRA DE CRISTO:
a) IRINEU: O Logos existira desde toda a eternidade e mediante a Encarnação, o Logos se fez o Jesus histórico, e daí por diante foi verdadeiro Deus e verdadeiro homem. A raça humana, em Cristo, como o segundo Adão,é novamente unificada a Deus. A morte de Cristo como nosso substituto é mencionada, mas não ressaltada. O elemento central da obra de Cristo teria sido sua obediência, com o que foi cancelada a desobediência de Adão.
b) TERTULIANO: O Logos é uma Pessoa independente, gerada por Deus, da mesma substância que o Pai, embora difira deste quanto ao modo de existir como uma Pessoa distinta Dele.Houve um tempo em que o Filho não existia. O Pai é a substância inteira, mas o Filho é apenas parte dela, por ter sido gerado. Tertuliano, portanto, não conseguiu desvencilhar-se da teoria da subordinação, porém sua formulação foi importante na vinculação dos conceitos de “substância” e “pessoa” dentro da teologia.
No tocante ao Deus-homem e Suas duas naturezas, Tertuliano foi superior a todos os outros Pais, à exceção de Melito, ao fazer justiça para com a perfeita humanidade de Jesus e afirmar que cada uma de suas naturezas reteve os seus próprios atributos. Para Tertuliano não houve fusão, mas a conjunção das duas naturezas em Jesus. No tocante à morte de Cristo, embora enfático acerca de sua importância, não é muito claro, pois não ressalta a necessidade de satisfação penal, mas apenas a de arrependimento por parte do pecador. Seu ensino é permeado por certo legalismo. Ele fala da satisfação dos pecados cometidos após o batismo mediante arrependimento ou confissão. Por meio de jejuns e outras formas de mortificação, o pecador é capaz de escapar da punição eterna.
SALVAÇÃO, IGREJA E AS ÚLTIMAS COISAS
a) IRINEU: Não foi totalmente claro em sua soteriologia. A fé é um pré-requisito para o batismo,entendendo-se fé não apenas como concordância intelectual da verdade, mas incluiria a rendição da alma, resultando numa vida santa. O homem seria regenerado pelo batismo; seus pecados seriam lavados e uma nova vida começaria dentro dele.
b) TERTULIANO: O pecador, pelo arrependimento, obtém a salvação pelo batismo. Os pecados cometidos após o batismo requerem satisfação mediante penitência, ficando cancelada a punição após o seu cumprimento. Antevê-se a base do sacramento católico-romano da penitência.
Com relação à igreja, voltavam ao judaísmo, identificando a igreja (comunhão dos santos) com a igreja visível (organização), atribuindo a esta a qualidade de canal da graça divina, fazendo com que a participação nas bênçãos da salvação dependesse de ser membro da Igreja visível. Devido à influencia do Velho Testamento, também passou para primeiro plano a idéia de um especial sacerdócio medianeiro.
Em relação à doutrina da ressurreição da carne, os Pais citados foram seus campeões, baseados na ressurreição de Jesus.

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OS PAIS ALEXANDRINOS
A Teologia Alexandrina, ou Escola de Alexandria, foi uma forma de teologia que apelou para a interpretação alegórica da Bíblia, e foi formada pela combinação extravagante entre a erudição grega e as verdades do evangelho. A Escola de Alexandria chegou até a lançar mão de especulações gnósticas na formulação de suas interpretações escriturísticas. Seus principais expoentes foram Clemente de Alexandria e Orígenes.
Clemente não era um cristão tão ortodoxo quanto Irineu ou Tertuliano, mas como os apologistas, buscava uma ponte entre a filosofia da época e a tradição cristã. Tinha como mananciais do conhecimento das coisas divinas tanto as Escrituras quanto a razão humana.
Orígenes nasceu em lar cristão e foi discípulo de Clemente, a quem sucedeu como catequista de Alexandria. Era o mais erudito dos pensadores da Igreja Primitiva e seus ensinos eram de natureza assaz especulativa. No final da vida foi condenado por heresia. Formulou o primeiro compêndio de teologia sistemática, chamado De Principiis. Nessa formulação,combateu tanto os gnósticos quanto os monarquianos. Conquanto tenha desejado ser ortodoxo, seus escritos traziam sinais identificativos do neo-platonismo, sem falar na sua interpretação alegórica, que abriu caminho para todas as formas de especulação e interpretação arbitrárias.

DEUS E O HOMEM
Orígenes alude a Deus como o Ser incompreensível, inestimável e impassível,que de nada necessita. Rejeita a distinção gnóstica entre o Deus bom e o Demiurgo ou o Criador deste mundo. Deus é uno e o mesmo no Velho e no Novo Testamento. Orígenes ensinou a doutrina da criação eterna. Também ensinou Orígenes que o Deus único é primariamente o Pai, que Se revela e opera através do Logos, o qual é pessoal e co-eterno com Deus Pai, gerado por Ele por um ato eterno. Para Orígenes o Filho é gerado e não produto de uma emanação ou divisão do Pai. Apesar disso, usa termos que subentendem haver subordinação do Filho ao Pai. Na encarnação, o Logos uniu-se a uma alma humana, que em sua preexistência se mantivera pura. As naturezas de Cristo são conservadas distintas, mas é sustentado que o Logos, pela Sua ressurreição e ascensão, deificou a Sua natureza humana.
Quanto ao Espírito Santo, o ensino de Orígenes se distancia ainda mais da mensagem bíblica. Ele fala do Espírito Santo como a primeira criatura feita pelo Pai, por meio do Filho. Além disso, o Espírito não opera na criação como um todo, e sim somente nos santos. O Espírito possui bondade por natureza,renova e santifica aos pecadores, e é objeto de adoração divina.
Os ensinos de Orígenes sobre o homem são bastante incomuns. A preexistência do homem está envolvida em sua teoria da criação eterna, pois a criação original consistiu exclusivamente de espíritos racionais, co-iguais e co-eternos. A atual condição do homem pressupõe uma queda preexistente da santidade para o pecado, o que deu oportunidade à criação deste mundo material. Os espíritos caídos agora se tornam almas e são revestidos de corpos. A matéria veio à existência com o propósito precípuo de suprir uma habitação e ser meio de disciplina e expurgo desses espíritos caídos.
Já Clemente não foi claro na sua exposição do Logos. Em algumas ocasiões ressaltava a subsistência pessoal do Logos, Sua unidade com o Pai e Sua geração eterna, e em outras O representa como a razão divina, subordinada ao Pai.Distingue ele entre o Logos de Deus e o Logos-Filho, que Se manifestou em carne.Clemente não tenta explicar a relação entre o Espírito Santo e as demais Pessoas da Trindade.

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A PESSOA E A OBRA DE CRISTO
Ambos ensinam que o Logos tomou a natureza humana em sua inteireza, corpo e alma, tendo-se tornado um homem real, o Deus-homem, embora Clemente não tenha conseguido evitar totalmente o docetismo. Dizia que Cristo comia, não porque precisasse de alimentos, mas para que Sua humanidade não fosse negada, além de ser incapaz das emoções de alegria e tristeza. Para Orígenes a alma de Cristo era preexistente, como todas as outras almas.
Acerca da obra de Cristo, Clemente alude à auto-rendição de Cristo como um resgate, mas não reforça a idéia que Ele foi a propiciação pelos pecados da humanidade. Sua ênfase foi de Cristo como Legislador e Mestre. A redenção não consistiria tanto em desfazer o passado, mas em elevar o homem a um estágio ainda mais alto do que o do homem antes da Queda.
Para Orígenes, Cristo foi um médico, um mestre, um legislador e um exemplo. Reconhecia também o fato de que a salvação dos crentes depende dos sofrimentos e da morte de Cristo. A morte de Cristo é apresentada como vicária,como uma oferta pelo pecado e como uma expiação necessária. Para Orígenes, a influência remidora do Logos se estenderia além desta vida, não somente os que tivessem vivido sobre a terra e morrido, porém, igualmente, todos os espíritos caídos, inclusive Satanás e seus anjos maus. Haverá uma restauração de todas as coisas.

DOUTRINA DA SALVAÇÃO.
Os Pais alexandrinos ensinavam o livre-arbítrio do homem, capacitando-o a voltar-se para o bem e aceitar a salvação oferecida em Jesus Cristo. Deus oferece a salvação, e o homem tem a capacidade de aceitá-la. Apesar disso, Orígenes também alude à fé como graça divina. Seria um passo preliminar necessário à salvação. Mas isso representaria apenas uma aceitação inicial da revelação divina, precisando ser ainda elevado ao conhecimento e ao entendimento, daí prosseguindo para a prática de boas obras, que são o que realmente importam. Orígenes fala de dois modos de salvação, um mediante a fé (exotérico), e outro pelo conhecimento (esotérico). Certamente esses Pais não tinham a mesma concepção que o Apóstolo Paulo da fé e da justificação. Uma igreja que representa a pura doutrina deixada pelo Senhor Jesus não poderia se unir com nenhum movimento reformador do século XVI. Primeiro porque como o próprio nome diz, era uma reforma da igreja Católica. Se queriam reformá-la é porque admitiam que ela era uma igreja de Jesus, quando na verdade tinha deixado de ser desde 225. Segundo porque quando os reformadores vieram da igreja Católica não houve entre seus pastores iniciantes uma conversão de seus pecados. O que houve foi uma convicção da parte deles de que a igreja católica estava errada. Até os católicos tinham essa convicção. Terceiro que, não se convertendo, também não foram e nem podiam ser batizados, ordenança pela qual um crente professa publicamente que está aceitando Jesus e sua Igreja. Se não foram batizados com que autoridade podiam ministrar o batismo ou passar esta autoridade a outros?

Breve História da Igreja Cristã 8

O CRESCIMENTO DOS CRISTÃOS PRIMITIVOS
O crescimento dos cristãos foi espantoso. O núcleo formado por Cristo em Jerusalém se espalhou para a Judéia, Galiléia e Samaria. Não tardou muito e o evangelho atravessou as fronteiras da Palestina atingindo a Síria, Chipre e toda a Ásia Menor. Mais algum tempo e toda a costa norte e sul do mediterrâneo possuía grandes centros de cristãos. Nos lugares mais longínquos não seria tão difícil encontrar um cristão professando a fé bíblica.
O crescimento inicial foi conseqüência do espírito missionário que havia no coração dos apóstolos. Esse espírito foi transmitido a primeira geração de convertidos, os quais, até o segundo século, conseguiram espalhar o evangelho em quase todo o mundo conhecido. O fator de não ter um local específico para a reunião de cultos (ainda que havia um lugar especial onde eles se reuniam aos domingos, e a julgar pelo que diz Paulo era sempre no mesmo local - I Co 11,18 e 20 ), facilitava o esparramar do evangelho. O costume de prédios par as igrejas favorece no conforto e na questão denominacional, mas desfavorece no sentido de trazer novas pessoas a Jesus. A julgar pelas escrituras será preciso as igrejas verdadeiras repensarem o fator prédio.

AS PERSEGUIÇÕES SOFRIDAS PELOS CRISTÃOS ATÉ 313 D.C.
O crescimento veio acompanhado do ciúme do judaísmo e das religiões pagãs, sendo as últimas protegidas pelo império. De princípio o judaísmo perseguiu e fez vítimas como Estevão e o apóstolo Tiago. Décadas depois o paganismo entrou em ação, e com o apoio dos imperadores, suas vítimas chegaram aos milhões. Trajano, imperador entre 98 a 117, decretou um ofício em que o cristianismo em si já constituía um crime, e todos que nele fossem encontrados deveriam ser julgados e punidos com a morte. Ofícios como este voltaram a ser decretados por outros imperadores, e bem como este davam força às religiões pagãs para tentarem destruir a igreja de Cristo.
Entretanto as igrejas permaneciam de pé e aumentando cada vez mais. Tertuliano, escreveu certa vez que: "o sangue dos cristãos era uma semente. Quanto mais matava mais crescia."
A perseguição teve seu lado positivo. Muitos por verem que os cristãos sofriam as atrocidades calados tiveram curiosidade de conhecer o movimento. Ao conhecerem diversos se convertiam ao Senhor. A perseguição ajudou a fortalecer a fé de muitos crentes. Ë certo que muitos se desviaram, mas os fiéis se tornaram ainda mais fiéis. Além do que, foi preciso formar um cânon do Novo Testamento, pelo qual, foi regida a igreja primitiva e tem sido regidas as verdadeiras igrejas de Jesus até o presente.
Estas igrejas eram na sua maioria igrejas fiéis. Desde o tempo apostólico as heresias entraram e permaneceram em algumas igrejas de Cristo. Infelizmente as heresias cresceram de tal forma que por causa delas houve no terceiro século uma grande desfraternização das igrejas cristãs.

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AS IGREJAS EXISTENTES E AS IGREJAS REFORMADAS
As tentativas de reformar a Igreja Catolica

A Suíça era o território mais livre da Europa ao tempo da Reforma, embora integrasse formalmente o Santo Império Romano. Já em 1291, os cantões livres de Schwyz, Uri e Unterwalden formavam uma união federal em que cada um ia se desenvolver livremente como república autogovernada. Por ocasião da Reforma já eram 13 os cantões da confederação.
Por causa de seu sólido espírito democrático, os mercenários suíços eram requisitados em toda a Europa. Foram eles que encheram os exércitos que o papado organizou para defender seus interesses pela força das armas.
Cada cantão tinha todo o encargo dos negócios locais, o seu governo estava livre para aceitar a forma de religião que quisesse. Por isso, a Reforma na Suíça foi acompanhada de dispositivos legais estabelecidos por governos locais democraticamente eleitos.
As cidades suíças eram também centros de cultura e nelas o humanismo se estabeleceu. Basiléia tinha uma universidade de renome; foi lá que o grande Erasmo editou o Novo Testamento Grego. Por causa disso, a Reforma Suíça teve no humanismo uma de suas maiores fontes.
Três tipos da teologia Reformada se desenvolveram nos territórios suíços. Os cantões do norte, de fala alemã, seguiram Zwínglio. Os do sul, liderados por Genebra, seguiram Calvino. E os radicais da Reforma, conhecidos como anabatistas, formaram uma facção extrema daqueles que, antes, tinham trabalhado com Zwínglio. De Zurich, o movimento anabatista alcançou toda a Suíça, a Alemanha e a Holanda, onde, sob a liderança de Menno Simmons, solidificou-se mais.

I. A Reforma de Zwínglio nos Cantões Alemães do Norte da Suíça
Huldreich Zwínglio (1484-1531) pertence também à primeira geração de reformadores. Com ele, as forças descontentes com Roma se uniram para uma reforma da igreja. Seu pai era fazendeiro e juiz de Wildhaus. Tinha, pois, sua família uma renda que lhe permitia receber uma boa educação para o sacerdócio. Depois de freqüentar a Universidade de Viena, foi em 1502 para a Universidade de Basiléia, onde se formou em Bacharel em Artes, em 1504, vindo a receber o grau de mestre dois anos depois. O humanismo dos professores interessara-lhe. Erasmo era o seu ídolo; as ciências humanas, o seu maior interesse. Pouco lhe interessava a teologia.
Entre 1506 e 1518, serviu como pastor em Einsieden, um centro de peregrinos. Aí começou a se opor a alguns abusos como o sistema romano das indulgências e a imagem negra da Virgem Maria, ridicularizando-os à moda de Erasmo. Quando o Novo Testamento grego de Erasmo veio à luz, em 1516, Zwínglio copiou as cartas de Paulo de um exemplar emprestado até ter o seu. Ao deixar Einsieden, ele era um humanista bíblico. Chamado para pastorear em Zurich, começou seu trabalho no começo de 1519. Nessa época, definiu sua posição contra o engajamento de mercenários suíços no serviço estrangeiro, em razão das influências corruptoras que via exercidas sobre os homens alistados neste serviço; Zurich proibiu a prática em 1521.
Uma epidemia de peste bubônica em 1519 e o contato com as idéias luteranas levaram-no a uma experiência de conversão. Zwinglio levantou a primeira bandeira da Reforma quando declarou que os dízimos pagos pelos fiéis não eram exigência divina, sendo, pois, o seu pagamento uma questão de voluntariedade. Isto abalou as bases financeiras do sistema romano. Por essa época, estranhamente, o reformador se casou às escondidas com uma viúva, Anna Reinhard, em 1522. Só em 1524, legitimou ele publicamente esta união ao se casar publicamente.
Quando os cidadãos invalidaram a prática do jejum quaresmal, sua argumentação foi o ensino de Zwinglio sobre a autoridade exclusiva da Bíblia. Como a liturgia romana começava a se alterar com as modificações introduzidas, as autoridades católicas resolveram promoveria um debate público em que Zwinglio sozinho enfrentaria a todos. Depois disso, então, os líderes civis eleitos pelo povo escolheriam a fé que a cidade e o cantão adotariam. Foi por isso que a Reforma nos cantões do norte da Suíça começou por uma iniciativa oficial.
Para o debate, Zwinglio preparou 67 Artigos, onde insistia na salvação pela fé, na autoridade da Bíblia, na supremacia de Cristo na Igreja e no direito dos sacerdotes ao casamento. Condenavam-se, também, as práticas romanas não aprovadas pela Bíblia. O conselho da cidade decidiu-se pela vitória de Zwinglio e suas idéias ganharam logo condição de legalidade. As taxas de batismo e sepultamento foram abolidas; monges e freiras receberam permissão para se casarem; o uso de imagens e relíquias foi proibido. Em 1525 a Reforma se completou em Zurich com a supressão da missa. O ensino de Zwinglio de que a última palavra pertence à comunidade cristã, que exerceria sua ação com base na autoridade da Bíblia frutificou na reforma suíça: nela, igreja e Estado estavam unidos teocraticamente.
Berna foi conquistada para a Reforma através de um debate semelhante ao de Zurich. Zwinglio participou com suas 10 teses, e, como resultado do debate, o conselheiro da cidade decretou em 1528 a aceitação dos princípios da Reforma. Em 1529, a missa foi abolida em Basiléia pela influência de um amigo íntimo de Zwinglio, de nome Ecolampadio.
A partir de 1522, Zwinglio foi estorvado pelos seguidores que se tornaram conhecidos como anabatistas devido à sua insistência no rebatismo dos convertidos. Em 1525, o conselho municipal proibiu seus encontros e os expulsou da cidade. Felix Manz (1498-1527) foi executado por afogamento.
Zwinglio perdeu também o apoio de Lutero no Colóquio de Marburg, em 1529, depois de não concordarem sobre a natureza da presença de Cristo na Ceia (transubstanciação e simbolismo). O zwinglianismo prosseguiu, então, separado do luteranismo.
A aceitação dos princípios zwinglianos por vários cantões tornou necessária alguma forma de organização religiosa, e em 1527 um sínodo das igrejas evangélicas reformadas suíças foi formado. Ao mesmo tempo, a Bíblia foi traduzida para a língua do povo. Até essa época o papa não tinha interferido, temeroso de perder os mercenários suíços, mas os velhos cantões rurais, fiéis ao papa, resolveram acabar com o silêncio de Roma. Organizaram uma União Cristã dos Cantões Católicos e, em 1529, uma guerra aberta irrompeu entre cantões protestantes e católicos. Os dois grupos fizeram uma trégua em Cappel, pela qual a maioria dos cidadãos de cada cantão escolheria a sua religião, garantindo a tolerância aos protestantes dos cantões papais. Quando Zwinglio tentou conquistar Genebra para sua causa, uma nova guerra começou, em 1531. Zwinglio juntou-se aos seus soldados como capelão, morrendo em combate. O resultado da batalha foi cada cantão receber o controle total de seus negócios internos, e Zurique ter entrado em aliança com a Liga Cívica Cristã dos Cantões Reformados. Depois disso, houve uma pequena mudança na situação religiosa na suíça alemã. Heinrich Bullinger foi o sucessor competente e conciliador de Zwinglio. Mais tarde, zwinglianos e calvinistas conjugaram seus esforços nas Igrejas Reformadas da Suíça, através do acordo de Zurique, em 1549.
Zwinglio foi o mais humanista dos reformadores. Para ele, gregos como Sócrates e Platão e romanos como Catão, Sêneca e Cipião estavam no céu. Afora isso, sustentou a autoridade absoluta da Bíblia, nada permitindo em religião o que não fosse autorizado pela Bíblia. Aceitou a predestinação incondicional para a salvação, entendendo que somente aqueles que ouvissem e rejeitassem o Evangelho estavam predestinados à condenação, mas aqueles que ao ouvirem aceitassem estavam destinados a salvação. Zwinglio cria que a fé era a parte mais importante dos sacramentos, a Ceia do Senhor era uma "comemoração" e não uma "repetição" da Expiação, pelo que o crente pela reflexão sobre a morte de Cristo recebe bênção espiritual. Ele concebia o pecado original como uma culpa; as crianças poderiam, portanto, ser salvas por Cristo independentemente de batismo. Seu livro, Verdadeira e Falsa Religião, 1525, expressa o seu ponto de vista bíblico e cristocêntrico.
Foram estas as idéias do homem que colocou os fundamentos da fé reformada na Suíça Alemã. Embora Calvino tenha se tornado o herói da fé reformada, a igreja não pode esquecer o papel de Zwinglio, erudito, democrático e sincero, na libertação da Suíça das garras do papa; embora mais liberal que Lutero, foi tão corajoso quanto o grande reformador.

II. A Reforma Radical, 1525-1580
O fato de que o movimento anabatista esteve inicialmente ligado ao movimento zwingliano no norte da Suíça, justifica tratar os anabatistas num capítulo sobre o surgimento da fé reformada na Suíça. Foi a partir daí que chegou à Morava, Holanda e outras regiões. Os anabatistas sãos os ancestrais espirituais diretos das igrejas menonitas e batistas hoje espalhadas pelo mundo. O movimento apelou aos trabalhadores do campo e da cidade.

Os Anabatistas
Os anabatistas surgiram primeiro na Suíça em função da liberdade que existia nesse país. Nem o feudalismo nem o papado tinham sido capazes de preservar o apoio desta terra de intrépidos soldados mercenários. A insistência de Zwínglio na Bíblia como fundamento da ação dos pregadores encorajou a formação de conceitos baseados na Bíblia.
Conrad Grebel (1498-1526) pode ser tido como o fundador do movimento anabatista suíço. Membro de uma influente família nobre, recebeu uma excelente educação nas universidades de Viena e Paris. Depois de sua conversão, em 1522, trabalhou ao lado de Zwínglio até romperem em 1525. O primitivo ensino de Zwínglio de que o batismo infantil não tinha base bíblica o atraía. Em 1525 o Conselho de Zurique ordenou a Grebel e a Felix Manz, outro culto líder anabatista, que desistissem de promover reuniões de estudos bíblicos. George Blaurock foi batizado por Grebe em 1527 e depois batizou Grebel e vários outros. Ao mesmo tempo, porque muitas pessoas perderiam sua cidadania, Zwínglio desistiu da sua primitiva concepção da falta de fundamento bíblico para o batismo infantil. Os anabatistas mais radicais que se opunham ao controle da religião pelo estado estavam pondo em perigo os seus esforços de convencer as autoridades conservadoras ainda indecisas a passarem para o lado da reforma. De início, Zwínglio usava a técnica do debate para persuadi-los a mudar de idéia, mas quando o método falhou, o conselho adotou medidas drásticas, como multas e exílio. Em 1526, o conselho decidiu punir com a morte por afogamento todos quantos esposassem os princípios anabatistas. O movimento praticamente não existia mais em Zurique em 1531, devido à perseguição que obrigou cristãos humildes a emigrarem para outras regiões. Os Amish da Pensilvânia vieram desse grupo.
Balthasar Hubmaier (1481-1528), um dos primeiros anabatistas alemães, de excelente educação, era doutor em teologia pela Universidade de Ingolstadt, onde foi aluno de John Eck, adversário de Lutero. Seu pastorado em Waldshut, perto da fronteira Suíça, permitiu-lhe um contato com os radicais suíços cujas idéias adotou. Ele e mais 300 seguidores foram batizados por afusão em 1525, pelo que teve que fugir para Zurique a fim de escapar das autoridades austríacas. Daí, foi para a Morava, onde assumiu a liderança de todos que haviam fugido da perseguição de Zwínglio e dos milhares de moravianos convertidos às idéias anabatistas. Por ordem do Imperador, foi queimado numa estaca em 1528, e sua esposa foi afogada no Danúbio pelas autoridades católicas romanas. Durante seu ministério como líder anabatista, ensinou a separação entre Igreja e Estado, a autoridade da Bíblia e o batismo de crentes.
O setor radical do movimento anabatista por causa da sua escatologia contribuiu para decepcionar muitos crentes fiéis nas fileiras dos anabatistas na Alemanha. Os profetas de Zwickau, que causaram problemas a Lutero em 1522 em Wittenberg, embora um pouco equivocadamente, eram em geral associados ao movimento, para desacreditá-lo. A rebelião de Münster em 1535, liderada por alguns anabatistas radicais e quilialistas, serviu para distanciar os anabatistas de Lutero e de seus seguidores.
Bernard Rothmann, um dos cônegos da catedral de Münster, empenhou-se em converter Münster à fé evangélica. Em 1532, o conselho autorizou o uso dos púlpitos para ministros luteranos, mas o Imperador ordenou ao bispo de Münster que expulsasse Rothmann e seus seguidores, os quais estavam se tornando muito radicais, adotando idéias anabatistas de socialismo e propondo a venda das propriedades para ajudar os pobres.
A esta altura, Melchior Hoffman, que viera a Strasbourg a fim de esperar a vinda do milênio em 1533, foi substituído como líder dos anabatistas quiliastas de Strasbourg por Jan Matthyson proclamou-se Enoque e enviou emissários a Münster em 1534. Depois, decidiu que seria Münster em 1534. Depois, decidiu que seria Münster e não Strasbourg a Nova Jerusalém, mudando-se para lá com sua bela esposa Divara, uma ex-freira. Morto numa batalha, sucedeu-o João de Leyden, que se casou com Divara e outras dezesseis esposas sobressalentes. A poligamia foi instituída, para compensar o número superior de mulheres solteiras e para imitar alguns patriarcas do Velho Testamento. A comunhão de bens e a antecipação doentia da vinda do reino dos céus levaram-nos à desordem. O bispo da região, ajudado por uma grande tropa e pela traição de muitos anabatistas, retomou a cidade, executando os seus líderes. O repúdio às idéias de Lutero e Zwínglio, além do fanático incidente de Münster, determinou a condenação e a perseguição ao movimento, tanto por parte dos protestantes como dos católicos romanos.
Um padrão comunitário baseado na Igreja Primitiva em Atos foi desenvolvido por grupos na Alemanha e Morava, guiados inicialmente por Jacob Hutter (em 1536). A perseguição os atingiu, levando-os para a Hungria e a Ucrânia e, depois de 1874, para Dakota do Sul e a província canadense de Manitoba, onde eles praticaram um consumismo agrário numa base voluntária. Eles são conhecidos como Huteritas.
A destruição do movimento anabatista pelos quiliastas de Münster foi evitada pela sadia liderança de Meno Simons (c. 1496-c. 1561) na Holanda. Simons aceitara as idéias anabatistas e abandonara seu sacerdócio na Igreja Romana em 1536. Assumiu, então, a liderança dos "irmãos", nome que os anabatistas da Holanda adotaram para evitar o estigma do nome "anabatista". Depois de sua morte, os "irmãos" passaram a ser conhecidos como menonitas, conseguindo, finalmente, sua liberdade religiosa em 1676.
É difícil sistematizar as crenças anabatistas, porque houve muitos grupos anabatistas diferentes em suas doutrinas, como resultado natural da convicção de ser direito do crente interpretar a Bíblia como regra final e infalível de fé e prática; muitos lhe davam uma interpretação literal. Criam que a verdadeira igreja era uma associação dos regenerados e não uma igreja oficial de que participavam até não-salvos. Praticam o batismo de crentes, de início por afusão ou aspersão e, depois, por imersão. Por sua oposição ao batismo infantil, tido como anti-bíblico, e por sua insistência no rebatismo receberam o nome de anabatistas. A maioria acentuava completa separação entre a Igreja e o Estado e não mantinham comunhão com as igrejas estatais. A Confissão de Schleithem de 1527, obra principalmente de Michael Sattler, expressou as principais idéias da maioria dos Anabatistas. Inclinados ao pacifismo, negavam a fazer juramentos nos tribunais e a servir como magistrados. Alguns eram milenaristas em sua escatologia e, em parte, devido a isso praticavam a comunhão de bens.
Os anabatistas exerceram atração especial sobre os artesãos e camponeses, não alcançados pelos outros reformadores. Este fato, relacionado à tendência natural à interpretação literal da Bíblia pelas pessoas iletradas, levou-os a excessos místicos e quiliásticos. Os duros tempos do século XVI fizeram com que muitos pobres aceitassem a consolação que encontravam nas idéias dos anabatistas, que não foram os "bolcheviques da Reforma" nem integravam todos a "esquerda" dos visionários fanáticos. Eram apenas humildes crentes na Bíblia, alguns dos quais enganados por líderes ignorantes, que interpretavam a Bíblia literalmente para proveito próprio. Nem os menonitas nem os batistas se envergonhariam de colocá-los como seus predecessores espirituais. Seu conceito de igrejas livres influenciou os Puritanos Separatistas, Batistas e Quacres.

Os Radicais Místicos ou Pentecostais
Muitos seguiram o nobre Kasper Schwnkfeld (1498-1561). Essas pessoas tinham uma orientação mais para a experiência, com o Esperito Santo de Deus e criam numa direção interior pelo Espírito Santo. Um pequeno grupo ainda existe na Pensilvânia. Sebastian Franck (1499-c. 1542) tinha idéias similares.
Este tpo de culto tem origem na igreja de Jeruzalém registrado no livro de Atos. Das epistolas de Paulo concluímos que havia duas classes de reuniões para adoração: uma consistia em oração, louvor, e pregação; a outra era um culto de adoração, conhecido como a "Festa do amor" (ágape). O primeiro culto era publico; o segundo era um culto particular ao qual eram admitidos somente os cristãos.
O culto publico segundo o historiador Robert Hasting Niccholis, era "realizado pelo povo conforme o Espirito movesse as pessoas. Citando os escritos deste historiador: Oravam a Deus e davam testemunhos e instruções espirituais. Cantavam os Salmos e também os hinos cristãos, os quais começaram a ser escritos no primeiro século. Eram lidas e explicadas as Escrituras do Antigo Testamento, e havia leitura ou recitação decorada dos relatos das palavras e dos atos de Jesus. Quando os apóstolos enviavam cartas as igrejas, a exemplos das epistolas do novo Testamento, essas eram lidas.
Este singelo culto poderia ser interrompido a qualquer momento pela manifestação do espirito santo, inspirados sobre as escrituras.
Pela leitura de I Cor. 14:24,25, sabemos que essa adoração inspirada pelo Espirito era um meio poderoso de atrair e evangelizar os não convertidos. No final do capitulo o apostolo Paulo lembra da necessidade de ordem no culto. (v.40)
Algumas correntes teológicas consideram este momento único e somente para a igreja do primeiro século.

Radicais Socinianos Racionalistas
Os socinianos, precursores modernos Unitarianos, foram outro grupo radical da Reforma. Suas idéias desenvolveram-se na Itália. Lelio Sozzini (Socinus) de Siena (1525-1562) foi atraído ao anti-trinitarianismo pela morte do anti-trinitariano Servetus em Geneva. Fausto Sozzini (1539-1604), seu sobrinho, mudou-se para a Polônia em 1579 e permaneceu lá até a sua morte. O Socinianismo desenvolveu-se rapidamente na Polônia, e Fausto deu o Catecismo Racoviano ao movimento, que foi publicado em 1605. De acordo com os socinianos, Cristo deve ser adorado como um homem que obteve a divindade por sua vida superior. Sua morte foi simplesmente um exemplo de obediência que Deus deseja de seus seguidores. Pecado original, a deidade de Cristo, a Trindade, a predestinação foram negadas. Os Jesuítas capazes de suprimir esse movimento na Polônia, mas as idéias socinianas espalharam-se para a Holanda e Inglaterra, e daí para a América. A moderna igreja Unitariana é um descendente direto dos socinianos da Polônia, que foram chamados unitarianos pela primeira vez na Transilvânia em 1600, aproximadamente.

III. A Reforma Calvinista em Genebra
Os milhões que aceitam a fé reformada e sua fundamentação doutrinária testemunham a importância do sistema teológico fundado por João Calvino (1509-1564), designado geralmente pelo termo "Calvinismo". O termo "fé reformada" aplica-se ao sistema de teologia desenvolvido a partir do sistema de Calvino. "Presbiterianismo" é a palavra usada para exprimir a forma de organização eclesiástica concebida por Calvino, que fez de Genebra o centro de execução de suas idéias. Calvino pode ser apontado como o líder da Segunda geração de reformadores.

Lutero e Calvino
Calvino faz um interessante contraste com Lutero. Este era de família camponesa, mas o pai de Calvino era um tabelião que fez do filho um membro da classe profissional. A formação universitária de Lutero foi feita de filosofia e teologia; Calvino, porém, recebeu uma formação humanística; por isso, enquanto ele foi organizador por excelência do protestantismo, Lutero foi a sua voz profética. Lutero era fisicamente forte, enquanto Calvino teve de enfrentar problemas de saúde durante todo o seu período de trabalho em Genebra. Lutero amava o lar e a família, ao passo que Calvino preferia o estudo solitário. Lutero, que vivia numa Alemanha monárquica, esperava o apoio dos aristocratas e dos príncipes; Calvino, numa Suíça republicana, interessava-se mais pelo desenvolvimento de uma igreja governada representativamente.
Lutero e Calvino diferiam tanto teológica como pessoalmente. Lutero enfatizava a pregação; Calvino preocupava-se com a formulação de um sistema formal de teologia. Os dois aceitaram a autoridade da Bíblia, só que a ênfase maior de Lutero era sobre a justificação pela fé, e a de Calvino, sobre a soberania de Deus. Lutero interpretava a consubstanciação como a melhor teologia para a Ceia do Senhor; Calvino negava a presença física de Cristo, aceitando apenas a presença espiritual de Cristo pela fé nos corações dos participantes. Lutero só rejeitava o que a Bíblia não aprovava; Calvino rejeitava tudo o que não pudesse ser provado pela Bíblia. Lutero aceitava a predestinação dos eleitos mas se preocupava muito pouco com a eleição para a condenação. Calvino, por sua vez, defendia uma eleição dupla, para a salvação e para a condenação, baseada na vontade de Deus, e rejeitou qualquer concepção da salvação como fruto do mérito do eleito ou da presciência de Deus, como se Deus elegesse para a salvação aqueles que Ele sabia de antemão que creriam.

A Vida de Calvino
A vida de Calvino pode ser dividida, claramente, em dois grandes períodos. Até 1536, um estudante distraído; de 1536 até sua morte em 1564, exceto por um pequeno período de exílio em Estrasburgo, de 1538 a 1541, o grande líder de Genebra. Nascido em Noyon, em Picardy, ao norte da França, seu pai era um respeitado cidadão, a quem era possível reservar de um benefício eclesiástico para a educação de Calvino, a partir dos seis anos de idade. Dois outros benefícios eclesiásticos permitiram a Calvino receber o melhor preparo possível para ingressar na universidade. Estudou por algum tempo na Universidade de Paris, e aí encontrou o humanista Guillaume Cop. Aí conheceu também as idéias protestantes através de seu primo Pierre Olivetan. Encerrando seus estudos humanísticos, seu pai o enviou para a Universidade de Orleans a fim de estudar advocacia, transferindo-se para a Universidade de Bourges, em 1529. A elaboração de um bom comentário sobre o De Clementia, de Sêneca, em 1532, marcou o ápice da influência sobre a sua vida.
Entre a conclusão do comentário e o fim do ano seguinte, Calvino se converteu, adotando as idéias da Reforma e dispensando imediatamente o dinheiro das rendas eclesiásticas. Forçado a abandonar a França, em 1534, por colaborar com Nicholas Cop, reitor da Universidade de Paris, na elaboração de um documento, recheado de Humanismo e de Reforma, seguiu para a Basiléia.
Em Basiléia, terminou sua grande obra, As Institutas da Religião Cristã, na primavera de 1536; tinha ele então 26 anos de idade. O pequeno livro era dirigido a Francisco I, da França, numa tentativa de defender os protestantes da França, que sofriam por sua fé, e pedia a Francisco que aceitasse as idéias da Reforma. A primeira edição era apologética e nela Calvino demonstrava como entendia a fé cristã. A influência do Catecismo, de Lutero, pode ser percebida na freqüência desta primeira edição. Calvino, primeiro discutia os Dez Mandamentos; depois, tomando como base o Credo dos Apóstolos, a Fé; a seguir, a oração, a partir do Pai Nosso; os dois Sacramentos; os perigos da doutrina romana acerca da Ceia do Senhor, e, finalmente, a liberdade cristã do cidadão, que relacionou à liberdade política. A obra passou por várias edições até a edição final em 1559. Esta edição compõe-se de quatro livros e oito capítulos, constituindo-se num amplo texto de teologia.

A Teologia de Calvino
Mesmo correndo o risco de simplificar demais, pode-se resumir a teologia de Calvino como um recurso mnemônico simples, geralmente usado pelos estudantes. As primeiras letras dos principais termos da teologia formam o anagrama TELIP. Coordena sua teologia a idéia da soberania absoluta de Deus. Calvino tinha uma concepção majestosa de Deus, a exemplo de alguns profetas do Antigo Testamento. Ele acentuava a Totalidade da depravação humana, entendendo que o home herdou a culpa do pecado de Adão e nada pode fazer por sua salvação, uma vez que a sua vontade está totalmente corrompida. Calvino ensinava que a salvação é um assunto de Eleição incondicional e independe do mérito humano ou da presciência de Deus; a eleição é fundamentada na soberana vontade de Deus, havendo uma predestinação dupla, para a salvação e para a perdição. Calvino concebia ainda a Limitação da redenção, ao propor que a obra de Cristo na cruz é restrita aos eleitos para a salvação. A doutrina da Irrestibilidade da graça é necessária, então; o eleito é salvo independentemente de sua vontade, pois o Espírito Santo o dirige irresistivelmente para Cristo. A Perseverança ou preservação dos santos é o ponto final do seu sistema; os eleitos, irresistivelmente salvos pela obra do Espírito Santo, jamais se perderão.
Embora a teologia de Calvino tenha contornos muito próximos de Agostinho, ela se deve mais ao estudo da Bíblia do que a Agostinho. Como outros reformadores, ele não foi de Agostinho para a Bíblia e daí para as doutrinas da Reforma, mas da Bíblia para Agostinho, em busca de apoio do príncipe dos Pais da Igreja.

A Vida de Calvino (depois de 1536)
Enquanto Calvino esteve engajado, a Reforma avançou por todos os cantões franceses da Suíça.
Foi Guilherme Farel (1489-1565), ruivo, inquieto, voz tonitruante e carisma de profeta, quem estabeleceu a Reforma em Genebra. De família francesa de classe média e educado em universidades francesas, aceitou cedo, em 1521, a doutrina luterana da justificação pela fé. Protegido por Berna, ele ajudou a propagar as idéias reformadoras. Em 1532, começou a agir em Genebra. Em 1535, venceu uma polêmica com os inimigos da Reforma, o que resultou na adoção formal das idéias dos reformadores pela Assembléia Geral dos Cidadãos, em 1536.
Para estabelecer a Reforma em Genebra, Farel percebeu que precisaria de alguém administrativamente mais capacitado. Em uma de suas viagens, Calvino pernoitou uma vez (1536) em Genebra. Farel foi ao seu encontro e solicitou sua ajuda. Calvino se recusou, pois gostava da vida de estudioso e escritor de teologia; Farel lhe disse que Deus o amaldiçoaria se não ficasse. Impelido pelo medo, como Calvino mesmo mais tarde confessou, resolveu ficar. Ele e Farel trabalharam juntos até serem exilados em 1538. Calvino foi ordenado ministro de ensino de Genebra em 1536.
Em 1537, Calvino e Farel conseguiram a aprovação de um decreto que estabelecia o seguinte: a Ceia do Senhor seria celebrada em ocasiões preestabelecidas; um catecismo de crianças seria preparado; o canto congregacional seria adotado e os membros sob disciplina severa seriam excomungados. Os dois elaboraram um catecismo e uma pequena declaração de fé; como eles se recusavam a dar a Ceia do Senhor a alguns, isso gerou uma controvérsia que acabou levando-os ao exílio em 1538.
Entre 1538 e 1541, Calvino pastoreou refugiados franceses em Strasbourg, onde Tomás Bucer (1491-1551) dirigiu a Reforma e ensinou teologia. Nessa época, casou-se com Idette de Bure, viúva de um pastor anabatista. Seu único filho morreu criança e em 1549 Idette também morreu.
Em 1541, as forças reformadoras novamente obtiveram controle de Genebra e Calvino foi convidado a voltar. Neste mesmo ano ele teve promulgadas as Ordenanças Eclesiásticas, que delineavam as atividades de quatro classes de oficiais na Igreja. Elas estabeleciam uma associação de pastores para dirigir a disciplina, um grupo de mestres para ensinar a doutrina, um grupo de diáconos para administrar a obra de caridade, e, sobre eles, o consistório, composto de seis ministros e doze anciãos, para supervisionar a teologia e a moral da comunidade, com a faculdade de punir, quando necessário, com a excomunhão dos membros renitentes. Para garantir a eficácia do sistema, Calvino estabeleceu outras penalidades mais severas.
Essas penalidades se configuraram severas demais, quando 28 pessoas foram executadas e 76 exiladas em 1546. Por questionar a doutrina da Trindade, Servetus foi executado em 1553. Embora não se justifiquem tais atos, deve-se lembrar que o povo de então cria que estava seguindo a religião do Estado e que a desobediência deveria ser punida com a morte. Essa convicção era compartilhada por protestantes e católicos. Hoje, algumas normas de Calvino seriam consideradas como injustificadas interferências na vida particular.
Em 1564, Calvino morreu; seu frágil organismo não resistiu aos árduos combates pela causa do Evangelho. Teodoro Beza (1519-1605), reitor da Academia de Genebra, tomou a liderança do trabalho em Genebra.

As Contribuições de Calvino
A maior contribuição de Calvino à fé reformada foram as suas Institutas, aceitas como expressão acabada da teologia reformada. Nessa obra, ele pôs os fundamentos de duas ênfases reformadas: a importância da doutrina e a centralidade de Deus na teologia cristã.
Epistológrafo copioso, muitas pessoas da Europa e das ilhas britânicas lhe pediam conselhos. Suas cartas, com outros escritos, integram 57 volumes do Corpus Reformatorum , e existem 2000 de seus sermões.
Calvino também incentivou a educação. Em substituição à Academia, ele criou em Genebra um sistema de educação em três níveis, hoje conhecida como Universidade de Genebra, fundada em 1559. Sua ênfase sobre a educação chegou aos Estados Unidos, quando algum tempo depois, os puritanos, calvinistas, criaram escolas no novo mundo.
Sob sua liderança, Genebra tornou-se uma inspiração e um modelo para os de fé reformada de outros lugares e um refúgio para os perseguidos por sua fé reformada. John Knox por algum tempo se refugiou em Genebra e se curvou ante à eloqüência da pregação de Calvino. Seus muitos comentários sobre os livros da Bíblia são até hoje estudados pelos seguidores de suas idéias. A administração da igreja genebrina tornou-se modelo para as igrejas reformadas.
Calvino também influenciou o avanço da democracia porque aceitou o princípio representativo da direção da Igreja e do Estado. Ele entendia que a Igreja e o Estado foram criados por Deus para o bem do homem, e que, portanto, deviam, ambos, cooperar para o progresso do Cristianismo. Sua ênfase na vocação como chamada divina e a importância que dava à frugalidade e ao trabalho estimularam ao capitalismo.
Acham alguns que a teologia calvinista secciona o nervo do evangelismo e do esforço missionário. Entretanto, um estudo da história da expansão do Evangelho mostrará que aqueles que professam a fé reformada tiveram parte importante nos grandes reavivamentos do passado e nos movimentos missionários modernos. A influência deste talentoso pregador, sóbrio e emagrecido sábio, sobre a educação espiritual da sociedade moderna ultrapassa um muito o seu físico frágil. Só mesmo a graça de Deus operando em sua vida explica adequadamente o trabalho que ele realizou e que até hoje frutifica. Ele foi, sem dúvida, um reformador internacional, cujo trabalho influenciou os Presbiterianos, Reformados e Puritanos.

As igrejas que saíram da reforma cometiam erros que jamais podiam ser aceitos como sendo realizados pela igreja de Jesus. O primeiro é o batismo infantil. Todas as igrejas da Reforma batizavam crianças recém-nascidas. A Igreja de Jesus nunca realizou e nem permitiu o batismo infantil. O segundo erro é a formação de uma igreja oficial. Por exemplo: Luterana na Alemanha; Anglicana na Inglaterra; Presbiteriana na Escócia; Jesus nunca quis casar sua igreja com o Estado. Antes ensinou: "Dai a César o que é de César e a Deus o que é de Deus". Terceiro é a formação de uma hierarquia dentro da igreja, colocando uma igreja acima da outra e pastores comandando outros pastores. O quarto erro é o uso de armas para impedir a liberdade religiosa e se meter em guerras contra católicos. O quinto erro é o de praticarem o batismo por aspersão e não por imersão.
OS CRISTÃOS E LUTERO
Os cristãos do século XVI e o reformador católico Martinho Lutero escreveram uma página especial do cristianismo neste período. Quando Lutero iniciou o seu movimento encontrou nos cristãos um apoio antipapista. Tinham de comum o fato de saberem que o papa era um servo de Satanás. Muitos cristãos migraram-se para a Alemanha animados com o discurso antipapista de Lutero. A decepção não demorou a chegar. Quando Lutero conseguiu o poder temporal ele passou a perseguir os cristãos. Primeiro usando discursos inflamados. Depois usou a intimidação. E por fim, usou a força. Para decepção de muitos de seus admiradores, Lutero não ficou devendo nada a nenhum papa em questão de crueldade contra os cristãos. Veja alguns relatos sobre a perseguição de Lutero aos camponeses anabatistas feitas pelo escritor Stefan Zweig em seu livro Os caminhos da Verdade, páginas 184 e 198:
"Lutero abraçava, sem restrições e definitivamente, a causa da autoridade contra o povo. O asno, dizia ele, precisa de pauladas; a plebe deve ser governada com a força... Iniciava-se já a perseguição aos livres pensadores e aos dissidentes, instaurava-se a ditadura do partidarismo... Arrancava-se a língua aos anabatistas, atenazavam-se com ferros candentes e condenavam-se a fogueira como hereges os pregadores, profanavam-se os templos, queimavam-se os livros e incendiavam-se as cidades."
Em Abril de 1525, por ordem de Lutero, o qual chegou a redigir um panfleto, numa linguagem violenta contra os anabatistas, pediu que seus súditos colocassem fim na desordem anabatista que atormentava o seu país. Naquele mês mais de cem mil anabatistas morreram assassinados pelos soldados luteranos. Essa é a verdadeira história sobre os anabatistas e Lutero (Site Batista).
Orígenes considerava a Igreja como a congregação dos crentes, fora da qual não ,haveria salvação. Embora reconhecesse o sacerdócio universal dos cristãos, também dizia haver um sacerdócio separado e dotado de prerrogativas especiais. Orígenes e Clemente ensinavam que o batismo assinala o começo da nova vida na Igreja, bem como inclui o perdão dos pecados. Conforme ambos, o processo de purificação iniciado na vida do pecador na terra prossegue após a morte. O castigo seria o grande agente purificador e a cura para o pecado. Orígenes ensina que, por ocasião da morte, os bons entram no paraíso, ou num lugar onde recebem maior elucidação, enquanto os ímpios experimentam as chamas do juízo,o qual não se deve ter como punição permanente, porém como um meio de purificação. Clemente afirmava que os pagãos tinham oportunidade de arrepender-se no hades, e também que a provação deles só terminaria no dia do juízo; Orígenes dizia que a obra remidora de Deus não cessaria enquanto todas as coisas não viessem a ser restauradas à sua primitiva beleza. A restauração de todas as coisas haveria de incluir o próprio Satanás e seus demônios. Apenas poucas pessoas entram imediatamente na plena bem-aventurança da visão de Deus; a grande maioria precisa passar por um processo de purificação após a morte (Vemos aqui o embrião da doutrina do Purgatório). Orígenes mostrou tendência por espiritualizar a ressurreição. Parece que ele considerava como ideal o estado incorpóreo, apesar de crer numa ressurreição corporal.

Fontes:
Escritos de Pb. Rubens Cartaxo -http://solascriptura-tt.org/
Escritos de http://solascriptura-tt.org/- Igreja Batista
Escrito de:http://prmoabibrito.blogspot.com _ Pr. Moabi Brito –

sábado, 8 de setembro de 2007

Você sendo a Igreja


Ser crente significa ter um relacionamento pessoal com Jesus Cristo, mas também envolve um relacionamento com outras pessoas. E toda relação sofre desgastes e não é fácil conviver, quando estamos em crise, só pela graça. Mas todos nós somos uma parte do "Corpo" de Cristo e membros de uma "família" de irmãos e vamos morar no mesmo lugar de glória com Deus.
Hoje estamos vivendo um fenômeno religioso interessante é a "Adesão" que esta substituindo a "Conversão", muitos de nossos irmãos estão mudando de igreja ou congregação pensando estar "evoluindo" com esta atitude.
Mas se formos olhar a luz da palavra de Deus, só existe uma uma igreja um corpo de Cristo então, por que eu tenho que trocar de igreja se só existe uma? O que eu como igreja de Cristo estou fazendo para o crescimento do reino? E o que acontece comigo quando troco de "Igreja", se eu sou templo do Espírito Santo? E se eu não consigo ser corpo com meu irmão como vou ser corpo com Cristo, se ele faz parte deste corpo?
Tá ficando "estreito" como dizem alguns.
Por que as pessoas estão migrando de igreja?Conheço pessoas que trocaram de igrejas pelas mais diversas razões deste da fama (vou para uma igreja que me faça famoso), até o uso de bebida alcoólica, (vou para uma igreja quer eu possa beber vinho ou cerveja sem álcool), só a graça!! Isto é bíblico?
O que está acontecendo com este povo, que deveria ser zeloso(viver a Bíblia) e de boas obras(caridoso, humilde, piedoso)?
Como analisar a igreja de hoje nestes tempos de tantos ensinos ou visões dos ensinos sagrados.

Outro dia fui perguntado: Pastor o Sr. já se reformou?
O que é isto agora? A minha casa ainda não esta pronta(rindo)? _ Perguntei.
È voltar as bases bíblicas. _ Mas eu já vivo a Bíblia pela graça de Deus.
O Sr. sabe, Lutero reformou a igreja então todos temos que nos reformar.
Mas, amado pensei que Lutero tinha sido usado por Deus para reformar a parte da igreja que se tornou católica, não toda a igreja de Cristo(Existiram os grupos chamados de anabatistas e outros que não tinham um nome, frutos do evangelismo que se espalhou por toda Europa e Ásia todo o mundo civilizado de então e não apenas no domínio romano onde funcionava a igreja católica).
O único que reformou e fundou uma nova igreja foi Cristo e não Lutero, Arminio ou Calvino, penso que voltar a Bíblia e usar o Cristo crucificado com tema central de nossas mensagens e igrejas e não pessoas humanas falhas como todos nós somos, Ele Cristo por ser perfeito é que deve ser o referencial para nossas vidas e para nossas mensagens, e de nossas igrejas, esta é a minha visão.
Foi tentando esclarecer este irmão e outros que talvez tenham a mesma dúvida que tento escrever algumas palavras a este respeito.
Igreja - (Eclesia) "tirados para fora" a palavra mais usada no Novo Testamento para descrever a comunhão (Koinonia), dos crentes é "igreja". Ela é usada para descrever a reunião de um grupo de evangélicos em um determinado lugar.
1. A Função Da Igreja Primitiva
a) Leia os textos e escreva algumas funções da Igreja Primitiva: Atos 1:14; 2:41-47; 4:1-2; Efésios 4:15-16; Colossenses 3:16.
b) Quais as evidencias de que a igreja cuidou tanto das necessidades físicas como das espirituais dos seus membros? Atos 4:34-35.
c) Quais as evidencias que a igreja se espalhou ? Atos 8:1-5; 13:1-4.
d) A ceia do Senhor foi uma parte importante na vida da igreja Primitiva. Dê algumas razões para observa-la conforme I Coríntios 11:23-26.
2. O Que é a Igreja
a) Alguns símbolos ou analogias são usadas na Bíblia para descrever a igreja. Qual o símbolo em cada passagem abaixo? Efésios 2:19; Efésios 2:21-22 e I Corintios 3:10-17; I Pedro 5:2-3.
3. A Igreja Como Corpo De Cristo
O Apostolo Paulo usa o corpo humano para como compara-lo com o corpo de Cristo, a igreja, funciona. Leia I Corintios 12:12-26. Veja cada uma das descrições do corpo humano e escreva o que você pensa ser as implicações para o corpo de Cristo.
Corpo humano
a) V. 14 Um corpo, muitas partes.
b) V. 15-16 Pé, mão, ouvido
c) V. 17 Cada membro é necessário
d) V. 21 Interdependência
e) V. 22 Membros indispensáveis (os mais fracos)
f) V. 25 Unidade
g) V. 26. Efeitos de um membro que sofre
4. Dons Espirituais
O apostolo também fala das funções de cada membro do corpo de Cristo quando escreve à igreja em Corinto leia o cap. 12 versos 4 a 11, e os versos 27 à 31.
1. Como podemos dizer que os membros do corpo de Cristo são iguais (v. 4-7)?
2. Como é que os membros são diferentes uns dos outros?
3. Cada membro tem, pelo menos um Dom?
4. Faça uma relação dos dons (v. 8-11,28)
5. Quem determina o Dom que cada um deve receber (v.11)?
6. Qual a implicação dos versos 29-30?
7. No verso 31, Paulo fala sobre "um caminho mais excelente" é mais importante que os dons deste capitulo?
5. Desenvolvendo E Usando Os Dons Espirituais
1. Leia I Pedro 4:10. Como os dons espirituais devem ser usados?
2. Veja novamente os dons espirituais em I Corintios 12:8-11,28.
Quais os dons você acha que o Espírito Santo lhe deu?
3. O que é necessário para desenvolver esses dons?
4. Como você pode usar seus dons em beneficio do Corpo de Cristo?
5. Leia Hebreus 10: 24-25. Quais as razões para os crentes se reunirem?
6. Você já pediu a Deus o batismo no Espírito Santo?
7. Se a sua resposta foi não, comece agora a pedir o revestimento Espiritual que só é concedido a quem pedir.

Que fique claro que amamos todos da igreja de Cristo independe de sua visão teológica, doutrinária ou dogmática, nós fazemos uma corpo com Cristo.

Caso você esteja em uma congregação que não concorde com os dons do Espírito, não saia de lá fique e ore a Deus pela sua igreja.

Graça e Paz
Primavera de 2007
Pr. Moabi Brito

A Criação do Alfabeto Hebraico


A CRIAÇÃO
Quando Deus estava para criar o mundo pela sua palavra, as vinte e duas letras do alfabeto desceram da terrível e augusta coroa de Deus onde haviam sido gravadas com uma pena de fogo flamejante, posicionaram-se em pé ao redor de Deus, e uma após a outra falou e pediu:
– Crie o mundo através de mim!
A primeira a vir à frente foi à letra Tav. Ela disse:
– Ó, Senhor do mundo! Seja da sua vontade criar o mundo através de mim, visto que é através de mim que o senhor dará a Torá a Israel pela mão de Moisés, como está escrito: “Moisés ordenou-nos a Torá”.
O Santo, bendito seja ele, respondeu e disse:
– Não.
– Por que não? – perguntou Tav.
E Deus respondeu:
– Porque nos dias que virão deverei colocar você como sinal de morte sobre as frontes dos homens.
Assim que Tav ouviu essas palavras da boca do Santo, bendito seja ele, retirou-se da sua presença desapontada.
A letra Shin deu um passo à frente e pediu:
– Ó, Senhor do mundo, crie o mundo através de mim, visto que o seu próprio nome, Shaddai, começa comigo.
Infelizmente Shin é também a primeira letra de Shav, mentira, e de Sheker, falsidade, e foi por isso desclassificada. Resh não teve melhor sorte: foi observado que ela era a letra inicial de Ra’, perverso, e de Rasha’, maligno, e diante disso a distinção de que ela desfruta por ser a primeira letra no Nome de Deus, Rahum, o misericordioso, em nada contava. Kof foi rejeitada porque Kelalah, maldição, pesa mais do que o fato de ser a primeira letra em Kadosh, o Santo. Em vão Tzade chamou a atenção para a palavra Zaddik, o Justo: havia Zarot, os infortúnios de Israel, testemunhando contra ela. A letra Pe tinha Podeh, redentor, em seu favor, mas Pesha, transgressão, refletia desonra sobre ela. Ayin foi declarada inadequada, porque embora comece ‘Anawah, humildade, faz a mesma coisa por ‘Erwah, imoralidade.
Samek disse;
– Ó, Senhor, seja da sua vontade começar a criação através de mim, pois o senhor é chamado como eu de Samek, o Sustentador de todas as coisas que tendem a cair.
Mas Deus disse:
– Você é necessária no lugar em que está, e deve continuar a sustentar todas as coisas que tendem a cair.
Nun é a primeira letra de Ner, “a lâmpada do Senhor”, que é “o espírito dos homens”, mas também de Ner, “a lâmpada dos ímpios”, que será apagada por Deus. Mem começa a palavra Melek, rei, um dos títulos de Deus, mas como é também a primeira letra de Mehumah, confusão, não teve chance de realizar o seu desejo. A reivindicação de Lamed trazia sua própria refutação. Ela apresentou o argumento de que era a primeira letra em Luhot, as tábuas celestiais dos Dez Mandamentos, esquecendo que as tábuas eram feitas em pedaços por Moisés. Kaf estava certa da vitória: tanto Kisseh, o trono de Deus, quanto Kabod, sua honra, e Keter, sua coroa, começam com ela. Deus teve de lembrá-la de que iria bater uma contra a outra as suas mãos, Kaf, em desespero pelos infortúnios de Israel. À primeira vista Yod parecia ser a letra apropriada para o princípio da criação, devido à sua associação com Yah, Deus, porém Yezer ha-Ra’, a inclinação para o mal, também acontecia de começar com ela. Tet identificava-se com Tob, o bem, porém o verdadeiro bem não é deste mundo; pertence ao mundo que está por vir. Het é a primeira letra de Hanun, o Gracioso; porém essa vantagem é vencida por seu lugar na palavra para pecado, Hattat. Zain sugere Zakor, lembrança, mas é ela mesma a palavra para arma, aquela que fere. Wav e He compõem o Inefável Nome de Deus, e são, portanto exaltados demais para prestarem serviço no mundo terreno. Se Dalet representasse apenas Dabar, a Palavra Divina, teria sido usada, mas representa também Din, justiça, e sob o governo da lei sem o amor o mundo teria caído em ruína. Finalmente, a despeito de lembrar Gadol, grande, Gimel não foi escolhida, porque Gemul, retribuição, começa com ela.
Depois que as reivindicações de todas essas havia sido negadas, a letra Bet aproximou-se do santo, bendito seja ele, e pediu diante dele:
– Ó, Senhor do Mundo! Seja sua vontade criar o mundo através de mim, levando-se em conta que os moradores do mundo dão louvor ao senhor através de mim, como é dito: “Bendito seja o Senhor para sempre. Amém e amém”.
O Santo, bendito seja ele, atendeu imediatamente ao pedido de Bet.
– Bendito o que vem em nome do Senhor – disse ele.
E criou o seu mundo através de Bet, como é dito: “Bereshit [No princípio] Deus criou os céus e a terra”.
A única letra que absteve-se de fazer qualquer pedido foi à modesta Alef, e Deus mais tarde recompensou sua humildade concedendo a ela o primeiro lugar nos Dez Mandamentos.

Lendas dos Judeus é uma compilação de lendas judaicas recolhidas das fontes originais do midrash (particularmente o Talmude) pelo talmudista lituano Louis Ginzberg (1873-1953).”Lendas” foi publicado em 6 volumes (sendo dois volumes de notas) entre 1909 e 1928

sábado, 1 de setembro de 2007

Quando a Tristeza Vem

Livro: Quando a Tristeza Chega - Autor: E. Stanley Jones

Nestes primeiros meses do ano proveu a Deus dar o descanso eterno ao meu pai Pr. Florentino O. de Brito e a minha mãe Dicª. Antônia L. De Brito.
Nestes momentos nós nos sentimos pequenos e impotententes perante as circunstâncias da vida.

Orei muito ao Senhor lendo a palavra e e remexendo os livros da faculdade na pós em “Aconselhamento” achei este livro, “Quando a tristeza Chega”.
Aqui esta o resumo do livro, espero seja útil para sua leitura.

Este livro, que é um excelente manual de aconselhamento, ele esta divido em duas partes principais:
a) Falando de tristezas.
b) A Estrada da vitória.

Ao lermos este livro percebemos que a vida pode ser vista de uma forma diferente da que estamos acostumados e somos ensinados a ver.

Para todo Cristão, acredito ser condição básica a leitura e a prática deste livro que no primeiro momento parece-nos até pequeno em número de paginas, mas não em transmissão de conhecimento, experiência de vida e visão bíblica diferenciada.

A introdução já é uma aula de aconselhamento.
“Dar conselhos aos tristes e aflitos é fácil”.
Ele apresenta sete sugestões negativas e sete sugestões construtivas.
1. Não pense que você é o único.
2. Não tenha pena de si mesmo.
3. Não se entregue a uma dor excessiva.
4. Não viva falando de suas tristezas.
5. Não aceite a tristeza e nem pense que será interminável.
6. Não lute contra a sua aflição.
7. Não se queixe.

A estrada da vitória
1. Verifique se a causa do sofrimento está ou não em você.
2. Suas dificuldades podem não resultar de seus próprios pecados e atitudes errôneas: podem ser inteiramente imerecidas.
3. 3. Lembre-se Deus está fazendo com as tristezas dele exatamente o que pede que você faça com as suas.
4. “Tome o que você tem e faça algo a mais”.
5. Se você proceder desta forma, então aprenda a contar com os resultados de Deus. Aprender a orar.
6. Mas, se Deus não responder minha oração?
7. Agradeça a Deus pelos seus problemas, embora você não possa compreendê-los agora.

O desafio que as complexas interações humanas oferecem ao cristão, especialmente na sua apresentação de sofrimentos e conflitos, tem esgotado e desanimado a muitos pastores e líderes leigos que se esforçam em fazer frente aos problemas humanos.
Muito freqüentemente este esgotamento e a desmotivação no aconselhamento estão diretamente associados à falta de treinamento prático e efetivo. Livros teóricos são excelentes instrumentos para informar.
A compreensão que temos ao ler este excelente livro é que Deus, como bom pai esta preocupado com o nosso crescimento, em todos os sentidos, mesmo quando Ele permite que aconteça algo conosco que não nos seja agradável, com certeza é para o osso crescimento.
O nosso Deus é amor, e o amor é tudo para todos.

Você também, pode agradecer a Deus pela sua tristeza. Não a tristeza em si, mas o que Deus está fazendo” com você “e“por seu intermédio” utilizando-se da tristeza. Ele ajuda você, não simplesmente a suportá-la, mas a “usá-la” ”.

Este é o ultimo parágrafo do livro, acredito ser um resumo de tudo que o autor quis nos passar.
A vida nos reserva dificuldades, e tristezas e às vezes perdas, faz parte da vida.

Ao lermos a narrativa de Moisés no livro de Êxodo, sobre o povo atravessando o deserto encontramos um povo desarmado sendo encurralado em frente ao mar pelo exercito de Faraó, o mar não é pecado, o mar não é o inimigo, o mar não é a cobrança ou justiça de Deus, o mar é a natureza, Deus fez o mar e o mar já estava ali e Moisés sabia que ali havia o mar.

Dificuldades sempre vão aparecer a nossa frente, mas o Deus de Moisés é o osso Deus ele vai fazer abrir o mar ou vai nos levar por sobre as ondas.

Obrigado Senhor, pelas lutas e pelas dificuldades.


Graça e Paz.
Pr. Moabi Brito
Inverno de 2007

Nova TV ADORAÇÃO

CONGRESSO DA JUVENTUDE

CONGRESSO DA JUVENTUDE

Saudação

Sejam bem vindos ao nosso ponto de encontro.

Nestes dias temos lido e ouvido muitas versões ou entendimentos das verdades biblicas, mas há que se dizer que sempre houve e haverá opiniões diferentes devido a vários fatores que permeiam a nossa vida cotidiana.

A nossa intenção aqui, é apenas expressar o nosso endendimento pensando estar de alguma forma contribuindo na construção do pensamento teológico cristão brasileiro atual.


Nosso e-mail: igrejaprimitivamaceio@yahoo.com.br

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