Um dos objetivos de Deus através de Cristo Jesus, foi
possibilitar ao homem a oportunidade de viver de maneira abundante, ou seja,
fora do padrão limitado estabelecido pelo mundo, uma vez que o pecado limitou a
criatividade e a expressão da vida em todos os seus aspectos e significados.
De modo que, a expectativa de Deus é de que os seus filhos
glorifiquem o Seu nome vivendo de maneira expressiva, significativa e
produtiva, o que torna um desafio para todo cristão pós moderno que vive em um
tempo onde tudo parece já vir formatado, estabelecido e semi pronto (uma
espécie de vida num formatado Ctrl+C e Ctrl+V), onde a criatividade e a
espontaneidade correm mais risco de extinção do que os Pandas Gigantes no
centro sul da China. De fato, o contexto atual nutre uma força desconstruidora
de novas ideias, de novas motivações e expressões sinceras e verdadeiras que
embelezaria e facilitaria a vida.
É surpreendente a atitude de Jesus diante de um cego em
Betsaida – “E, tomando o cego pela mão, levou-o para fora da aldeia; e,
cuspindo-lhe nos olhos, e impondo-lhe as mãos, perguntou-lhe se via alguma
coisa.” (Marcos 8.12). É obvio que, existiram outros momentos que Jesus curou
dentro de aldeias, mas nesse caso especifico Jesus retirou o cego do meio em
que estava para cura-lo e abençoa-lo. De modo que, dependendo do ambiente em
que estiver o discípulo de Cristo Jesus o convite será para que o mesmo tenha
coragem de romper com os paradigmas antigos, para poder respirar novos ares e
viver novos horizontes.
Todavia, não é uma tarefa fácil romper com os paradigmas já
estabelecidos, normalmente haverá perseguição, cruzadas, e enfrentamentos que
provarão a essência do verdadeiro cristão. Porém, um verdadeiro discípulo de
Cristo Jesus é também conhecido por não se conformar com o contexto viciante e
limitador que o cerca, buscando sempre viver e pensar fora do quadrado.
Certamente, a necessidade é avassaladora por cristãos que
ousem romper as guarnições e proteções da fronteira do quadrado estabelecido
muitas vezes pelas formatações culturais e religiosas. As perdas são
incalculáveis, por exemplo, quando é incutida na mente de um jovem pregador a
ideia de que a pregação só acontece dentre de quadro paredes (num lugar chamado
templo), atrás de um púlpito, com roupa, voz e sermão previamente elaborados
segundo o script da cultura religiosa do lugar.
As perdas são insondáveis quando o Reino de Deus é limitado
a uma performance de culto e serviço que estão mais atrelados ao contexto
histórico social do lugar do que propriamente ao significado do Reino de Deus
segundo o conhecimento do Espírito de Cristo.
É evidente que somos influenciados pela cultura e a
sociedade que nos cercam, porém é inaceitável por causa da grandeza do
Evangelho de Cristo Jesus, um cristão permitir-se viver dentro do quadrado
estabelecido por poderes cujo interesse é tão somente manipular e estagnar a
vida.
De modo que, um dos propósitos do Evangelho de Cristo Jesus
é possibilitar a todos os filhos de Deus a oportunidade de respirar, viver e
pensar fora do quadrado, onde o Evangelho possa andar de mãos dadas com a
espontaneidade do ser, ao mesmo tempo em que exista a falência do sistema que
sempre vendeu a ideia de que somos apenas mais um produto do meio, com um
número de série e uma alma em falência, contrariando assim o principio bíblico
que sempre revelou um Deus que valoriza e se interessa pela nossa
individualidade e que quando nos chama, o faz através do nome próprio – “Mas
agora, assim diz o SENHOR que te criou, ó Jacó, e que te formou, ó Israel: Não
temas, porque eu te remi; chamei-te pelo teu nome, tu és meu. (Isaías 43.1).